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“Olha aí, olha aí freguesia. São as deliciosas pamonhas de Piracicaba . Pamonhas fresquinhas, pamonhas caseiras. É o puro creme do milho verde”.


Gravado em K7, jingle 'Pamonhas de Piracicaba' populariza cidade no país
Dirceu Bigelli é o autor do slogan criado na década de 70 que virou sucesso.



Pamonhas de Piracicaba viraram tradição e atraem moradores e turistas
Foto: Divulgação/Prefeitura


Quem nunca ouviu esse jingle pelas ruas: “Olha aí, olha aí freguesia. São as deliciosas pamonhas de Piracicaba . Pamonhas fresquinhas, pamonhas caseiras. É o puro creme do milho verde”. Lançado há mais de quatro décadas por um vendedor do quitute que o gravou em fita cassete, o bordão tornou conhecido o município do interior paulista, e consagrou a receita como símbolo da cidade.

O dono da voz de sotaque caipira, que ainda ecoa nos altos-falantes, é Dirceu Bigelli, que morreu em 1990, aos 39 anos, vítima de um acidente automobilístico. O bordão foi gravado por ele, na década de 70, para acelerar a venda das pamonhas.

"Antes disso, ele falava ao microfone. Mas era difícil, a garganta não aguentava", contou o irmão do inventor, Airton Bigelli, e garantiu: "O talento dele para o negócio era nato. Sozinho, ele vendia até mil unidades por dia", disse.
Airton, que também começou a vender pamonhas no rastro de Dirceu, lembrou de um episódio que evidenciava a competência do irmão. Ele e um grupo de outros comerciantes foram a Mogi Guaçu (SP) e já tinham andado por toda a cidade, mas ninguém queria comprar as pamonhas. "Então, paramos para tomar água e descansar um pouco. De repente, notamos a aglomeração de pessoas por uma rua onde já tínhamos passado. Aí, escutei o anúncio na voz de Dirceu. Ele estava lá", relatou o comerciante.

Airton também tem uma ligação forte com as pamonhas porque foi com a venda do doce de milho que ele conseguiu se formar em Letras. "Eu saía para vender na rua, de porta em porta, e complementava a renda", disse.

A fita cassete com a gravação na voz de Dirceu foi espalhada para cerca de 300 automóveis, que percorriam os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. É a voz de Dirceu que ainda predomina nas propagandas, mesmo que a pamonha não seja de Piracicaba.


Fita cassete guarda original do jingle pamonhas de Piracicaba
Foto: Claudia Assencio/G1


Reconhecimento
A eficiência de Dirceu para as vendas foi reconhecida até por um dos maiores publicitários do Brasil. Na década de 90, a agência de Washington Olivetto, fazia aniversário. Na ocasião, ele pediu que o evento fosse divulgado pelo carro de som com o slogan das pamonhas. Segundo a assessoria de imprensa do publicitário, Washington Olivetto pediu para o morro do carro da pamonha, que passava por vários bairros em São Paulo, anunciar 'pamonhas, pamonhas, pamonhas' e ao final dizer: e dia 10 de outubro tem a festa de 10 Anos da W/Brasil, com show do Paralamas do Sucesso e de Jorge Ben Jor. A ideia era chamar a atenção com o slogan que já atraía tanta gente.


Origem
A pamonha no Brasil é antiga, com origem na cultura indígena. O milho era a base da alimentação da população Tupi. Mas em Piracicaba, a receita do tradicional doce teve seu início em 1953, bem antes da venda do produto em automóveis pelas ruas da cidade. Naquele ano, a família Rodrigues iniciou a produção, e a receita passou de mãe para filha. A Dona Benedita ensinou a filha Vasty Rodrigues Octaviano a preparar a pamonha. Ela pensou em fazer do doce uma possibilidade de negócio. Em um só dia, vendeu 200 unidades. O marido notou o potencial da iguaria e até deixou o emprego em uma usina de Piracicaba para se juntar à mulher no empreendimento. O comércio do doce cresceu tanto que eles tiveram que contratar vendedores. E aí, começam também as histórias dos irmãos Bigelli e do bordão, que ficou famoso no Brasil inteiro.




Fonte: http://g1.globo.com




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