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Fotografia - Um tour pelas artes, parte 8

Olá pessoas. Eu sou Willian Vulto e hoje é dia de um dos meus posts sobre as formas de arte. Semana passada eu falei sobre a Cinema (Veja Mais), e essa semana eu vou falar de um tipo de arte, que por muito tempo nem foi considerada arte: a Fotografia.

Sobre a Fotografia
A Fotografia foi inventada antes do Cinema, mas só foi reconhecida como arte muito tempo depois e é por isso que ela só aparece na lista como a oitava arte. Essa história é bem complexa e até hoje há quem não considere a fotografia como arte, pois acredita que é a câmera faz tudo e que o fotógrafo só aperta um botão. "Como pode o ato de apertar um botão ser arte?"

Assim como no caso do cinema, temos a questão da limitação técnica. Não existe fotografia sem um aparato tecnológico associado. Isso é uma das grandes pedras no sapato da Fotografia, mas também é uma característica que vai fazê-la tão interessante enquanto arte.

Um detalhe importante: Existe edição fotográfica e várias formas de manipular uma foto em pós-produção, mas eu não vou tratar dessa parte aqui. Daqui em diante eu vou falar da fotografia até o momento de sua captura.

O interessante de ter uma forma de arte baseada em um aparato tecnológico é que isso cria a ideia de que esse aparato é agnóstico. A Lente é independente. A câmera é independente. Logo, o que é fotografado é a verdade. O objeto, mesmo que fictício, esteve lá, de uma forma ou de outra. Isso parece muito o que eu disse sobre a câmera no cinema, mas aqui, existe ainda um outro fator interessante que é a falta do tempo que existe na fotografia, assim como existe na pintura.

Então, o fotógrafo tem duas funções primordiais em seu trabalho: Escolher um recorte espacial, através do enquadramento; e escolher um recorte temporal, através do momento do click. Através dessas duas escolhas, a fotografia tem de contar uma história, então, pensando a arte como uma ferramenta de criação de narrativas, a fotografia tem a limitação da pintura (em ter que construir uma narrativa sem usar o fator tempo) e também a limitação do cinema (limitação de trabalhar com base na realidade e com as limitações do aparato tecnológico).

Então imagine um grande evento histórico acontecendo a seu redor e que você só pode tirar uma foto para servir de símbolo para essa história. Ao seu redor existem vários enquadramentos possíveis, infinitas fotografias em potencial. A cada instante, todos esses quadros mudam e novas infinitas fotos surgem e desaparecem. Existem infinitas vezes infinitas fotos em potencial e você só tem um click. O seu trabalho é escolher qual desses momentos no espaço-tempo você vai preservar. Esse é o trabalho do fotografo.

Pensando dessa forma, podemos afirmar que o fotografo é um curador da realidade. Existem infinitas cenas (quadros, fotos em potencial) por aí, fazendo a história ser o que é, e o fotografo seleciona quais destes quadros devem ser preservados.

Existe ainda a fotografia artística, onde você molda a realidade (seja posicionando atores e objetos, ou controlando a luz) para que a câmera capture algo virtual, mesmo tendo uma visão que só capta o "real". Esse é um caso interessante que eu não vou abordar tanto aqui, mas mistura conceitos que eu já comentei nas postagens anteriores.

Esse tipo de fotografia costuma exigir mais tempo de composição e lembra bastante a pintura, por estar ligada à montagem do quadro utilizando elementos diversos, mas também se comunica com a arquitetura, por depender bastante do entendimento do espaço tridimensional. Isso vai ficar mais claro nas indicações.

Em resumo, fotografar é escolher um único quadro enquanto descarta infinitas foto-potências. Isso é uma escolha triste em alguns casos, mas é o trunfo de muitos fotógrafos em vários momentos. Algumas fotos lindas estão no meio de milhares de quadros que não são tão interessantes assim.
O Fotógrafo é um curador da realidade e, como tal, também deve saber o que pode e o que deve ser descartado. Ou seja, fotografia é uma arte que transita entre a preservação e o descarte.

Indicações:

Muses
Parece Pintura, mas são fotografias tiradas com modelos pulando na água

Jewels In The Night Sea
Fotografias de Planktons

Metamorhosis Project
Nus mesclados em paisagens naturais

Animeyed
Animais, Maquiagem e olhos

Técnicas do Observador (livro)
É um livro bem interessante e tem uma parte boa sobre fotografia

Mil Vezes Boa Noite (filme)
É um filme sobre uma fotógrafa de guerra

E, se quiser, me segue lá no Instagram (@willianvulto). As vezes eu tiro algumas fotos de flores e insetos lá.

Por hoje é só.
Espero que tenha gostado.
Continuo esse tour pelas artes na semana que vem. 
Até lá

Artigo
Willian Vulto
Um grande conhecedor do mundo das artes, filmes, games, literatura, quadrinhos e muito mais... Willian Vulto dirige o site de arte e entretenimento "Lugar Nenhum", local onde poderá conferir as novidades deste segmento com grande criatividade e exclusividade.

Acesse: lugarnenhum.net

Imagens: Google
Imagem de capa: Willian Vultu

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