Eu? Sou uma garota comum como qualquer outra, ou não. Moro com a minha Mãe, irmãos e uma cachorrinha meiga chamada “Pituca”... a cachorra dos sonhos, tão doce, tão pequena porém tão forte, tão obediente, tão amiga e parceira, tão gulosa e dorminhoca, tão tudo.. Ela é a prova viva de que não devemos julgar ninguém pela aparência, para mim ela não é uma cachorra, e sim, A CACHORRA.
Bom, mais como todos sabem, ninguém é perfeito e cada um tem seus defeitos, Pituca não é diferente, ela não usa o vaso sanitário, late em hora errada e muitas vezes fuça o lixo, afinal ela não tem noção e o cheiro de comida é atormentador para uma completa “Fominha”.
Você que esta lendo isso, deve achar super estranho eu estar dando tanta ênfase em um simples animal, mais só quem convive sabe do que eu estou falando.

Além da Pi, tenho grandes pessoas que passaram na minha vida e que dou tamanha importância, pena que muitas vezes não somos reconhecidos como merecemos, pois é, as pessoas são mais estranhas do que parecem. Querendo ou não, cada um tem um mundo, cada um enxerga o que quer, e no meu mundo não faço diferente. Logo penso que as coisas podem ser sempre melhores,... ai se todos morassem aqui.

Aonde eu vivo? Vivo dentro de mim mesma, no cérebro, naquela parte que tudo, mais tudo mesmo pode acontecer, basta pensar, acreditar e entrar na fase REM.
Fase REM, mais conhecida como o AUGE do sono. Ali sim é o tal mundo. Esse mundo é composto de tudo... de tudo um pouco: água, fogo, terra e ar... Doces, dia que é noite, noite que é dia, criaturas, objetos com diferentes tamanhos e formas abstratas, pessoas que não falam mais sabem o que cada um pensa... Amor, ódio, ação, terror, comédia, aventura, enfim, uma mistura de sentimentos e vontades inexplicáveis, onde o bom e o ruim, bem e mal se encontram e formam esse mundo de fantasias.

Sabe aqueles dias em que você dorme e esquece que o mundo real existe? Bom, é esse mesmo! Entediada com coisas banais, peguei meu livro, meu Mp4 e me tranquei no quarto. Me deitei na cama e coloquei para tocar minha música preferida, enquanto folhava o livro, me esticava de um lado para o outro agoniada, e assim... peguei no sono profundo...

Estou andando no telhado da minha antiga escola, pelo que observo sou a única lá, encontro uma escada que da de encontro com uma porta transparente feita de vidro, e vou em direção a ela bem devagar, de repente ouço passos e olho para trás, não havia ninguém e continuo andando, quando dei por mim percebi que não estava mais no mesmo lugar, estava em uma estação de trem, onde tinha pessoas em massa, estavam felizes e comemorando algo, pois tinha muita bebida, música alta e dança. Comecei a andar entre as pessoas, para saber um pouco mais, afinal, eu não tinha idéia de onde estava. E o mais “engraçado” e irritante de tudo é que eu estava gritando feito louca e ninguém sequer me ouvia, apenas com indiferença dançavam, pulavam e davam altas gargalhadas, então, resolvi sentar e esperar.
Ao me sentar, olho para todos e vejo como realmente estão animados solto risos, e em seguida abaixo a cabeça para coçar a nuca, quando de repente olho novamente para frente, não tinham pessoas e sim animais selvagens, Leões, Rinocerontes, Tigres, Girafas, Búfalos, Zebras, e por incrível que pareça, eu não estava com medo,pois eles estavam também animados e dançando, isso mesmo, dançando. Peguei, levantei e pensei comigo “ isso é muita loucura, vou pegar um trem e lá me informo”.
Entediada, esperando o trem chegar, batendo um dos pés no chão, braços cruzados e lá no fundo eu via uma luz, provavelmente a do trem... mais essa luz não saia do lugar. Era só o que me faltava agora. Me encosto na parede e espero, logo decido ir embora. Então faço uma coisa com a maior naturalidade, desço até o trilho do trem e vou andando em direção da luz, depois de algum tempo me lembro de ter um compromisso, eu ia em um show de uma banda que eu gosto muito, só que não conseguia sair de lá .
Sinto uma gota de água no meu nariz, passo a mão sobre ele e olho para o céu, começa a chover, só para ajudar mais um pouco né. Começo a correr desesperada, pois essa banda estou esperando desde 2010 para vir novamente ao Brasil. A luz que estava parada, começou a se movimentar, a ficar cada vez maior e ofuscar os meus olhos. Logo pensei “ esse é o meu fim, sem show e sem vida “. Coloquei os braços sobre o meu rosto, só esperando o trem acabar com uma vida. Rapidamente tirei os braços do rosto, estava assustada e aflita, pois senti algo me atravessando, quando abro os olhos, estava dentro do trem. Ufa! Então, esperei chegar na estação que eu desejava, mesmo sem saber onde era, eu sabia.
O trem parou, passei pela porta e lá estava eu, no show, toda molhada. Fui tomar um copo de água e comecei a molhar minha mão, sem mais nem menos...
...acordo com a Pituca lambendo minha mão e inicio o meu dia, querendo fazer tudo o que eu quero, porque no meu mundo, o mundo da realidade, sou livre e quero viver da melhor maneira possível.

Conto: MayaraMartins.
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